domingo, 13 de dezembro de 2009

Mimar a si mesmo

Mimar a si mesmo
“A i de ti, ó terra cujo rei é criança e cujos príncipes se banqueteiam já de manhã. Ditosa, tu, ó terra cujo rei é filho de nobres e cujos príncipes se sentam à mesa a seu tempo para refazerem as forças e não para bebedice” (Eclesiastes 10:16-17). Líderes auto-indulgentes que abusam do seu poder para se agradar ameaçam o bem-estar de qualquer nação, igreja ou família que querem liderar. Considere Acabe. Ele cobiçou o campo de Nabote que ficava próximo ao palácio. Tentou comprá-lo, mas Nabote não quis vender pois era a herança dada por Deus para sua família, e o Senhor tinha proibido a venda de tais terrenos. Quando a proposta de Acabe foi rejeitada, ele foi para casa e ficou com mau humor. A rainha Jezabel contratou falsas testemunhas para acusar Nabote e seus filhos e apedrejá-los (1 Reis 21; 2 Reis 9:26). Daí Acabe podia possuir o campo, sem a família de Nabote interferir. A liderança nunca deve ser abusada para facilitar a conquista das suas próprias finalidades. Homens não são bons líderes a não ser que sejam desprendidos e possuam domínio próprio.
Sansão tinha toda vantagem como líder do povo de Deus durante a opressão dos filisteus (Juízes 13-16). Ele foi escolhido por Deus antes de nascer, preenchido com o Espírito desde cedo, e possuía força sobrenatural. Ele conseguiu dominar tudo menos suas paixões sexuais e sua sede para vingança. Embora Deus acabou utilizando estas falhas de Sansão para começar a destruir a influência filistia sobre Israel, ele próprio claramente perdeu o favor de Deus (note 16:20) e conseguiu uma vitória maior quando estava morrendo do que todas que teve durante a vida. Para conduzir outras pessoas temos que primeiro nos conduzir bem. Os maridos têm que sacrificar seus próprios desejos e egos para guiar a casa a fim de promover o bem-estar da esposa. Os presbíteros nunca podem tirar vantagem da posição deles para promover suas próprias finalidades nem dar tratamento especial para suas famílias, mas devem trabalhar com humildade a fim de auxiliar o crescimento das ovelhas.
Fazer o que bem quiser
U ma falha mais trágica de liderança é o orgulho. O poder tenta o homem a ser abusivo e autoritário. Até mesmo homens que começaram suas carreiras com um espírito humilde podem deixar sua liderança engrandecer suas cabeças. Considere a história de Saul. Uma busca por jumentas extraviadas conduziu Saul ao encontro com Samuel que lhe informou que Deus o havia escolhido para ser o primeiro rei de Israel. Saul ficou encabulado e não se viu como digno de tal honra (1 Samuel 9:21). Muitos homens teriam-se gabado, mas Saul nem mencionou nada para seu tio que havia perguntado especificamente referente ao que Samuel falou com ele (1 Samuel 10:16). Quando Samuel ajuntou o povo para coroar Saul, ele se escondeu entre as malas, envergonhado pela fama e pela atenção (1 Samuel 10:21-24). Ele deu crédito ao Senhor na sua primeira vitória militar (1 Samuel 11:13). Mas no decorrer do tempo, o poder de Saul conduziu-o ao orgulho e à auto-promoção. Saul começou a agir sem autorização do Senhor e, por isso, ficou com ciúmes e suspeita dos rivais. Terminou sua carreira com ataques de paranóia. Saul perfeitamente ilustra o ditado que o poder corrompe.
Gideão demonstrou a mesma humildade que Saul quando foi escolhido como juiz. Ele ficou extremamente relutante a aceitar a liderança que o Senhor pediu que tomasse sobre o povo (veja Juízes 6:15, 36-40). Quando ganhou a vitória, humildemente desviou o elogio e considerou que a realização dele próprio fosse relativamente insignificante (Juízes 8:1-3). Mas o sucesso o conduziu ao orgulho. Ele acabou abusando sua autoridade e tratando as pessoas abaixo dele com severidade (Juízes 8:4-21). Gideão agiu como um rei a tal ponto que o povo pediu que ele assim se tornasse. Ele recusou verbalmente. Contudo, continuou a viver cada vez mais no estilo de um rei. Pediu que o povo cedesse seu ouro, e daí fabricou uma estola sacerdotal que o povo adorou. Ele possuía muitas mulheres do jeito de um rei e até mesmo botou o nome ‘meu pai é rei’ em um de seus filhos (Abimeleque). A liderança deve ser vista como a oportunidade para servir, não para se exaltar. A liderança pelos maridos, pelos pais, pelos pastores, pelos supervisores, ou qualquer liderança, deve ser executada com um espírito humilde.
Os homens que Deus quer
C omo homens, temos muitas oportunidades a liderar. Não devemos buscar oportunidades para nos engrandecer, pois Jesus nos chamou ao humilde serviço. Ele quer que sejamos homens de força e firmeza–homens dispostos a aceitar responsabilidade. Devemos sempre liderar para abençoar aqueles que guiamos, não para impor nossa vontade nem cumprir nossa cobiça. Que Deus nos ajude a aprender com os péssimos exemplos destes homens.

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